quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Alckmin anuncia que São Paulo irá processar Siemens por cartel

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), declarou ontem que o Estado vai processar a multinacional alemã Siemens por formação de cartel: “Hoje estamos anunciando o início do processo. Nós vamos fazer um processo contra a empresa Siemens pela lesão aos cofres públicos e ao Estado de São Paulo, exigindo a indenização de toda a lesão”, disse. “Ela (a companhia) não escapará do Tribunal de São Paulo”, acrescentou. 

Apesar disso, Alckmin afirmou que os contratos atuais com a Siemens estão mantidos. O caso envolvendo a empresa já se arrasta desde julho, quando foi revelado que a empresa alemã delatou um cartel do qual fazia parte, envolvendo o fornecimento de equipamentos para metrôs e trens de São Paulo e do Distrito Federal, à autoridades antitruste.

O Governo paulista, finalmente, teve acesso, por ordem judicial, aos documentos relativos a apuração contra as empresas que operam o metrô, principalmente a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A investigação vem sendo feita pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) com “diários” que a Siemens entregou às autoridades.

Lá estão registrada negociações da empresa com representantes do Estado, indicando que o Governo paulista teve conhecimento e avalizou a formação de um cartel para a licitação da Linha 5 do metrô paulistano. Os casos relatados vão de 1998 a 2008. Na denúncia, a Siemens aponta que as empresas Alstom, da França; Bombardier, do Canadá; Mitsui, do Japão; e CAF, da Espanha; eram as que operavam em cartel no País.

Alckmin já havia criticado a necessidade de ir à Justiça para ganhar acesso aos arquivos que, atualmente, estão sendo investigados. O alegado esquema de corrupção teria envolvido as mais recentes gestões do Governo de São Paulo, de Mário Covas, José Serra e do próprio Alckmin, todas do PSDB.
 
Dois protestos
Nesta quarta-feira, estão previstas em São Paulo duas manifestações de sindicalistas e do Movimento Passe Livre (MPL) por causa dos problemas do metrô. O primeiro protesto foi marcado para as 15 horas no vale do Anhangabaú pelo MPL e o Sindicato dos Metroviários (Metroviários-SP). Enquanto isso, a concentração convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo em frente à Assembleia Legislativa, às 17 horas, vai pressionar pela abertura de uma CPI para investigar o envolvimento dos tucanos no caso. O protesto recebeu o nome de “Fora Alckmin”.

Metroviários contam com o apoio do MPL para organizar a manifestação que sairá do vale do Anhangabaú, circulará pelo Centro e segue para a Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Em texto publicado na Internet, o MPL aponta que a manifestação “é mais uma mobilização na luta por um transporte verdadeiramente público”. (das agências de notícias)

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