terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ruas no entorno da sede do governo do RJ têm vestígios de depredação

Protesto terminou em confronto em frente ao Palácio Guanabara.
Com medo, alguns comerciantes fecharam as portas.


Ruas da Zona Sul do Rio amanheceram esta terça-feira (13) com vestígios da depredação promovida por um grupo de manifestantes no final da noite de segunda-feira (12). O protesto, que começou no Centro do Rio, terminou em confronto entre manifestantes e policiais em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras. Nesta manhã é possível ver pontos de ônibus, placas de sinalização e portas de agências bancárias destruídas.
Telefone público é arrancado na Rua das Laranjeiras (Foto: Renata Soares / G1)Telefone público é arrancado na Rua das Laranjeiras (Foto: Renata Soares / G1)

A manifestação começou na Igreja da Candelária, no Centro, seguiu pela Avenida Rio Branco, Cinelândia até o Palácio Guanabara. Com medo, alguns comerciantes fecharam as portas. O vice-governador Luiz Fernando Pezão estava reunido com representantes do Sindicato dos Professores. Após o encontro, um grupo disse que iria permanecer dentro do palácio, se recusando a sair, e foi expulso pela Polícia Militar e seguranças.
Moradora Olinda Rodrigues (Foto: Renata Soares / G1)Moradora Olinda Rodrigues critica destruição
(Foto: Renata Soares / G1)
Para a aposentada Olinda Rodrigues, de 86 anos, a atitude dos manifestantes é uma vergonha. "Eu sou a favor sim dos protestos, mas daí a destruir e depredar patrimônios usados pelo povo não. Isso é coisa de baderneiros e a gente que paga. Isso é um absurdo", disse a moradora do bairro.
A auxiliar de serviços gerais, Neide Oliveira, de 53 anos, trabalha em Laranjeiras há cinco anos e acha uma falta de respeito a destruição. "Todo mundo tem direito de lutar pelo que quer, mas sem quebrar nada. Isso é uma falta de respeito muito grande", afirmou.
Com medo. comerciantes chegaram a fechar as portas na noite de segunda-feira (Foto: Renata Soares / G1)Com medo. comerciantes chegaram a fechar as portas na noite de segunda-feira (Foto: Renata Soares / G1)
Protesto começou pacífico
A caminhada começou pacífica da Candelária, no Centro, até o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul. Uma confusão começou na porta da sede do governo, onde representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) do estado e do município e se reuniram com o vice-governador Luiz Fernando Pezão e o subsecretário de Educação, Antonio Neto. Após o encontro, um grupo disse que iria permanecer dentro do palácio, se recusando a sair, e foi expulso pela Polícia Militar e seguranças. Os docentes reclamam da truculência dos agentes oficiais.
Durante ato, manifestantes fizeram barricadas em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras. Pelo menos, duas pessoas foram detidas e várias ficaram feridas. (Foto: Sergio Moraes/Reuters)Durante ato, manifestantes fizeram barricadas em
frente ao Palácio Guanabara,
em Laranjeiras. (Foto: Sergio Moraes/Reuters)
A confusão foi ainda pior do lado de fora. Os ânimos se exaltaram com a saída dos professores do palácio e, na Rua Pinheiro Machado, manifestantes derrubaram as grades de proteção do prédio. A PM respondeu usando spray de pimenta, balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Os manifestantes responderam com bombas caseiras e pedras. Pelo menos um PM e um jornalista ficaram feridos, atingidos por pedradas. Vários manifestantes foram atendidos por médicos voluntários. Pelo menos duas pessoas foram detidas.
O Sepe nega que o sindicato tenha decidido ocupar a casa, e diz que alguns professores que estavam lá resolveram permanecer por conta própria, sem discussão com representantes da classe. Heloísa Grifo, professora do município e do estado contou ao G1 que estava na reunião marcada pelo vice-governador Pezão e que nenhuma reivindicação foi atendida. "Nunca houve intenção por parte dos professores a ocupação do Palácio Guanabara. Os policiais acusaram os professores de terem chamado a passeata, o que não aconteceu. Fomos retirados com força do palácio. Uma professora torceu o pé”, contou.
Por meio de nota, o governo disse que parte do grupo decidiu ocupar o palácio. “Irredutíveis, foram retirados do local pela segurança”, disse a nota, criticando o confronto fora da casa. “Esses grupos não estão interessados no diálogo e na democracia. Apenas apostam no caos”.
Com a dispersão do protesto em frente ao Palácio Guanabara, cerca de 100 manifestantes voltaram a Câmara Municipal. Dentro da Casa, 12 pessoas prometem dormir no local para pressionar a saída do presidente da CPI dos Ônibus, Chiquinho Brazão (PMDB).
Policial detém manifestante em protesto no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (12). (Foto: Felipe Dana/AP)Pelo menos duas pessoas foram detidas por policiais militares em ato na segunda (12). (Foto: Felipe Dana/AP)

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